sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Manual de Sobrevivência


'Quanto mais escrava
Mais escrevo
Para libertar essa mulher da vida
Que me habita'
(Martha Medeiros)

A escritora espanhola Rosa Montero disse uma vez que 'a gente escreve contra a morte'. Quando o blog começou eu tinha uma ideia diferente, precisava escrever para matar alguma coisa que estava me sufocando, precisava colocar na tela tudo aquilo que atormentava meu coração, precisava jogar as palavras duras em algum lugar já que era impossível dizer tudo isso para quem gostaria.
Foi um período muito complicado para mim e triste, era o fim de um relacionamento muito importante e eu não sabia mais o que eu era e que queria ser, então a escrita começou a me mostrar novamente o rosto da menina que confia nas pessoas cegamente, as palavras iam se formando e eu entendendo que eu ainda era aquela que não conseguia odiar ninguém, ainda era a que se entregava e que queria o mundo inteiro dentro um segundo.
A escrita me salvou do meu caos porque expôs a confusão e eu vi que não estava sozinha. Sempre escrevi agendas, cartas, bilhetes ou romances, eu me refugiava nesse mundo porque aqui tudo era mais fácil.
Só hoje eu entendo a frase da Rosa, eu escrevo para eternizar o que eu sinto, escrevo para que alguém lá de Pernambuco veja o que sinto e me entenda, escrevo pra que as pessoas que não sentem ou pensam como eu ao menos saibam que existe vida além da vontade própria.
Aqui eu fiz amigos dos quais não sou capaz de abrir mão, aqui eu chorei como criança e abri meu coração a tal ponto que nunca mais fui a mesma. Não matei o sentimento que esperava, mas consegui acalmar a minha alma e enxergar novamente tanta coisa.
Hoje quando me sento aqui e coloco alguma canção pra tocar meus dedos tremem, independente do que quero contar.
O blog me transformou, me mostrou pessoas novas e pessoas antigas que eu não conseguia enxergar. Mas o mais essencial é que o blog me mostrou alguém que eu havia deixado de lado para seguir as palavras de outros: Eu.
Eu escrevo porque assim me entendo, me critico, me revolto e me renovo, em cada palavra. Escrevo porque, como diz a Rosa Montero, luto diariamente contra a morte de sentimentos, pensamentos e ilusões, coisas que precisam continuar vivas para que eu também consiga sobreviver.

'Hoje eu vendo sonhos, ilusões de romances...
É o que chamam de destino,
Eu não vou lutar com isso.
Que seja assim enquanto é.'


(Pelo som de: Minha Vida - Lulu Santos)

4 comentários:

  1. ficou perfeito *-*
    Concordo em tudo, no blog fazemos grandes amizades, escrevemos o que sentimos e achamos e ngm nos julga.. A gnt compartilha mts coisa aqui nesse espaço tão simples..
    O blog pra mim é uma das melhores coisas da minha vida *-*
    bjs

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  2. Eu tenho dessas coisas de escrever pra eternizar sentimentos, sensações e acontecimentos tb. E tb conheci muitas pessoas legais graças a isso...

    Blog vicia, né?

    Boa sorte no Blogueando*

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  3. nossa, ficou perfeito mesmo! amei o texto, e tu tem razão em tudo que tu disse. Eu amo meu blog, e nao vivo mais sem ele. Eu me descobri atras de uma URL uma dependente de blog, de escrever, de ler. Meu blog é tudo, e dele eu nao abro mao por nada. Me sinto bem cada vez que eu escrevo, como tu disse, acalma a alma, e me faz ver coisas que eu me obrigava a nao ver, por algum motivo.
    Amei o blog, parabéns!

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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