segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O medo que caminha com a força



'Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando um violão debaixo do braço'


Felicidade pode ter cheiro de coisa antiga ou nova, depende mais do seu olfato do que dela mesmo, pode acreditar.
É como aquela casquinha que secou e deixou uma cicatriz bem clarinha e você olhando pra ela enxerga a dor quando na verdade deveria se lembrar que por distração de amor ela aconteceu.
A gente sempre sabe até onde as pernas vão, mas insiste pelo fundo, porque vai ver lá encontra água pra saciar tanta coisa boba, afunda o coração e deixa ele quase perder o fôlego, antes de trazer até a superfície novamente.
O ser humano escolhe quase toda dor que sente, deve ter sido alguém lá do passado que disse que o sofrimento leva além e a gente quer mesmo ir lá, além, sempre além.
Não existe transformação sem dor, conquista sem sofrimento, alegria sem sombra.
Porque se assim o fosse, a gente nem valor ia dar.
É como ser feliz sozinho, é legal, mas falta algo.
A gente na teima faz perguntas que já sabe as respostas, mas precisa do movimento empurrando pra frente, ainda que nem sempre queiramos ir. Defeito de fábrica? Talvez esse não seja, seja herança genética de um povo que teve que evoluir muito pra ser superior aos outros da natureza, aqueles tão donos de instintos muito mais evoluídos.
Dá pra pensar é que quando for Sol é pra aproveitar, mesmo sabendo que nem todos os dias serão assim. E quando for chuva é pra aproveitar, porque ela faz brotar e renova o ciclo. E quando for inverno é pra calar e deixar o silêncio dizer suas verdades, e no verão é pra gritar e sorrir com os amigos.
E já me disse alguém que não me lembro que quando a vida oferecer um limão não é pra fazer limonada, de clichê basta as nossas pseudo-filosofias pagãs, se te derem um limão inove e invente, pingue na coca, tempere a carne, faça uma caipirinha. Mas não siga um caminho já traçado.
Melhor é tropeçar no seu próprio caminho cheio de pedras do que ir por um que já foi limpo por outras mãos. E se doer, deixa sangrar, e se o sangue não parar mais de sair, chore. E chorar inundar a terra, deixe.
Cicatriz é um jeito do corpo te dizer que ele aguenta, vale a pena, não tenha medo.
No fim você vai olhar pra ela e poderá sorrir imaginando que se tivesse parado antes, talvez não tivesse aprendido aquela lição preciosa.


(Ao som de: Diz que eu fui por aí - Fernanda Takai)

Um comentário:

  1. Adoro seu blog,adoro seus textos...sempre passo por aqui...hj decidi comentar...que texto lindo...adoro essa música....
    abraços;;;;

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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