Numa esquina"
E ela por não esperar não soube o que sentir, além da alegria por reconhecer os passos dançarinos dele. Destino besta esse que cruza vidas assim, sinal abrindo, risco de morte.
Figuras de linguagem diriam que é assim, a gente esbarra nas pessoas e a colisão muda a rota, ou não.
Ele voltou como quem rebubina fitas antigas de um passado amarelado e bom, como os dias de verão, voltou por querer que fosse avenida o cruzamento, queria caminho de mão dupla em sentido único, pra frente que é lugar de quem vence.
Mas não era a rota dele, não ainda ou não nunca, não sabia dizer.
Sombrinha e calça social, um sorriso estampado naqueles olhos dela e um jeitinho de dizer adeus que ele tinha, jogando cílios.
E então já eram dois caminhos distantes novamente, um pra cada lado, sinal fechado.
Nele um cruzamento marcado, nela um encontro cruzado.
Quem sabe quais caminhos o sentimento segue nesse mundo de ruas e avenidas?
Que os sinais estivessem abertos então, ele pedia em silêncio.
E ela apenas pensava em como há sempre tempo para atravessar, nem que seja correndo, rapidinho para não ter que pensar na possibilidade ou impossibilidade da colisão de caminhos na contra-mão.
(Ao som de: Segredos - Frejat)
Incrível como ler um texto seu pode fazer uma pessoa sorrir. Foi o que me aconteceu. Sorri!
ResponderExcluirSorriso de felicidade de ter cruzado com palavras cativantes. E nesses tais cruzamentos da vida tento seguir adiante, pra frente ou pra trás, não importa a direção, pois na minha avenida da vida sempre hão de existir mão e contra-mão. Não para voltar de onde vim, mas apenas para frear e reencontrar o que posso ter deixado passar, sem que inflija norma nenhuma, sem que esqueça situação alguma.
E ainda bem que pude voltar a tempo para o teu canto, com ele meu sorriso saiu mais fácil, como num encanto!
Te sigo.
Um beijo.