terça-feira, 28 de junho de 2011

Do receio que é mais


'Eu tive que fugir
Eu tive que correr
Pra não me entregar'

Sinceramente, eu sou apenas uma menina. De forma alguma eu sei mais que você sobre toda essa confusão interna, eu tenho tanto medo quanto você que desce os olhos.
Garotos perto de uma mulher são só garotos, mas mulheres são tão meninas...
Eu sinto frio nas mãos e minhas pernas tremem. 
Eu sinto tudo. 
Queria ser da matéria dos seus sonhos, aquela fibra forte e bonita, mas sou tão gente. Tão.
Tenho meus dias ruins, a cabeça me dói insuportavelmente, choro quando sinto entupir, o fato de detestar demonstrar fraquezas não indica a ausência delas. Quantas vezes eu calei e você pode ter imaginado tanta coisa... 
Meu silêncio pode parecer misterioso, mas aqui dentro existe um silêncio que vez ou outra é medroso.
Quero sua mão não porque eu não saiba andar sozinha, não porque eu sou mais forte que você ou possa te guiar, quero porque dizem os bons ventos que é assim que se caminha a dois, pulando de mãos dadas.
Fosse fácil pra mim talvez fosse pra você também, pulsa o mesmo sangue e eu começo a acreditar que as mesmas vontades.
Encontro canções durante o dia flutuando na mente, Marisa Monte me traz um cheiro de blusa, e até quando não penso, sei que você estava lá. Pode isso?
Como, como se não deixei nada surgir? Se somos os seres humanos mais racionais do Planeta e agora não quero ter que saber por medo de saber a resposta errada.
Agora me pego esperando e pedindo pra você sentir toda a normalidade existente em mim pra compartilhar comigo a sua e juntos quem sabe tornamos tudo isso simples.
Sem fórmula, sem ter que abrir o peito alheio pra ver brotar lá dentro, talvez de toque de mão se construam coisas inomeáveis e a gente fabrique junto um dicionário.
Talvez eu te queira de um jeito que eu não sei querer ainda e isso me descarrilha o trem, maquinista fazendo o possível e os passageiros, cabeças ao vento nas janelas.
Talvez eu precise que você fique, que diga sim, que me faça dizer.
E mesmo não entendo a gente consiga deixar de sentir falta por medo de sentir mais.


Ao som delicadíssimo de: De Janeiro a Janeiro - Roberta Campos e Nando Reis




3 comentários:

  1. É a falta de arriscar que desperta tantos sentimentos e tanta confusão dentro da gente. E a gente sabe que não deve ser assim, mas continua. Somos intensas, intensos e devemos é inventar mais pra fugir de menos.


    Beijos Tay.

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  2. Tão lindo... acho que caiu muito bem esse mulheres são tão meninas!! *----*

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  3. Quando o sentimento é tão puro, verdadeiro e meigo tem-se certeza que se chama AMOR. <3

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Lembre-se que você me faz feliz. Críticas serão sempre aceitas, desde que você use de um mínimo de educação. Eu jamais ofendo ninguém, tente prezar a reciprocidade.
Beijos!

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